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Depois de uma sexta feira 13 nada como um sabado 14 de Fevereiro

fevereiro 14, 2009

Ontem foi o dia mais azarado que pode haver em varias culturas incluindo a portuguesa: Sexta-feira 13. Já toda a gente sabe que o 13 é alvo de suspeitas só por si, e acho que isso é em quase todo o lado, mas porquê sexta-feira+13 = Dia mais azarado??? Bem é que nem só de o número 13 vive o azar (dizem que é por ele ser um número irregular ao que ele afirma que isso são só calunias) pois sexta-feira é considerado também dia de azar (ei sexta-feira é sinal de fim-de-semana e isso é sempre sinal de boa sorte. Quem inventou essa só pode ser ou “workalholic” ou patrão).
Mas não é assim em todo o lado, muitas culturas associam os dois a boa sorte mas no entanto na nossa cultura o desgraçado do dia sexta-feira 13 tem que levar com as culpas de tudo que de mal acontecer nesse dia, que noutro dia qualquer seria considerado apenas como percalços da vida.
A raiz dessa crença mais provável é que tenha origem na religião cristã que diz que Jesus Cristo (JC para os amigos) foi morto numa sexta feira 13 e na sua ultima ceia estarem sentados 13 pessoas, logo como 1+1=2 a culpa só pode ser do 13 (qual Pilatos qual quê), junte-se uma sexta feira e temos “o caldo entornado”. Se acharmos esta explicação para esta paranóia (ou usando nome cientifico parascavedecatriafobia) do dia sexta-feira 13 pouco plausível há uma outra teoria que diz que ela teve origem no dia 13 de Outubro de 1307 (escusa de ir buscar o calendário desse ano, lhe garanto que era sexta feira) Filipe IV que era o rei la na terra dele (França, depois de Portugal siga por Espanha e tá logo lá) mandou acabar com o projecto Ordem dos Templários, que oferecia protecção aos cristãos que iam em peregrinação a Jerusalém (encontra a historia sobre eles facilmente e não faltam teorias de conspiração a volta deles incluindo o famoso Código Da Vinci), passando todos os seus membros a ser considerados ilegais sendo que foram todos presos simultaneamente em todo o país sendo depois executados por heresia (aposta que ironia ainda não fazia parte do dicionário naquela altura). Há ainda mais duas teorias que envolvem deuses noridcos mas de certo pouca influência terão na nossa superstição pois somos um povo com raízes católicas.


E com razão alguém disse “um azar nunca vêem só”. É que 14 de Fevereiro é o dia em que o amor anda no ar, estampado no rosto dos casais apaixonados e em tudo o que é montra de loja para garantirem que você não esquece a sua outra metade, é verdade é dia de São Valentim. O natal ainda mal passou e já temos des(culpas) para gastar mais dinheiro em prendas e com a crise que ai anda a roubar os bolsos de toda a gente é fácil entender a minha expressão inicial. E ai de ti que não compres nada para ela, mesmo quando ela diz que não quer nada pois o que ela esta a dizer é “faz-me uma surpresa”.
E se pensa que por ser solteiro está livre de gastar dinheiro em prenda+jantar+hotel (esta ultima é opcional apenas para quem vive sozinho), pense outra vez pois havendo uma vontade há um caminho, então agora não faltam festas para gente solteira para promover o encontro com a sua cara-metade que de certeza absoluta vai estar lá esperando por ti.
É claro que isto é se seguir a versão comercial do dia porque pode sempre aproveita-lo como desculpa para o transformar num dia em que pode mandar tudo para onde quiser e passa-lo apenas com a pessoa que lhe interessa mais e no caso de estar sozinho andar atento e quem sabe não tropeça naquela pessoa….
E para acabar nada melhor do que deixar uma música:

P.S: Caso a sexta-feira 13 tenha sido mesmo de azar e/ou o dia de S. Valentim não correu como o planeado lembre-se que para a semana já é Carnaval.

De volta…

janeiro 8, 2009
Bem…vamos lá….
Sempre me interessou falar de seres humanos, estejam eles onde estiverem, e dessa interação de seres humanos com a tal REALIDADE, que pra alguns pode significar a quantidade de pessoas que simplesmente morrerão de fome hoje, a concessão que talvez precisemos fazer para nos mantermos em certas posições na vida, no trabalho, quando na verdade nossa alma gostaria de outras atitudes… decepções…desilusões… coisas assim, que se forem se tornando todo o nosso molde, vão nos deixando cada vez mais cínicos, com menos alma, espontaneidade, e menos brilho, e etc…etc…
Eu associo a noção de realidade a fatos como os de que o dinheiro manda, de que não conseguimos por mais que todo o mundo pareça disposto a isso, no discurso, ao menos garantir que ninguém nesse mundo precisasse passar fome. Eu associo a noção de realidade ao fato de que todos nós em contato com ela já experimentamos ou experimentaremos a terrível sensação de sermos fracos, covardes, egoístas….
Eu observo as pessoas e vejo essa dança entre ideais e realidade e acho lindo….Aliás acho que é a única coisa que nos salva, quando realmente, não para obtermos uma imagem, não pela interação com o mundo, mas por nós mesmos, pelo nosso respeito próprio conseguimos ter uma atitude ética e decente, a despeito do que a realidade injusta e covarde nos diz.
Então sempre que estou falando de humanidade e pessoas eu estou pensando nesse complexo ESTAR NO MUNDO e EXISTIR; sendo isso pra alguém que já nasça com mil cobranças, com um existir já preparado por outros, ou alguém com mil possibilidades à sua disposição. Pra alguém que nasça com os muitos limites da pobreza ou aquele com mais escolhas…
É isso que está sempre guiando o que penso, quando comento sobre europeus neuróticos com a imigração, ou brasileiros revoltados, africanos e etc….
Talvez por pensar sempre em seres humanos eu consiga ver os muitos defeitos e qualidades neles independentemente de sua conta bancária ou país de origem.
O República falou sobre Portugal, sobre as dificuldades, e imagino que não seja fácil, como não é aqui.
Mas a realidade é sempre uma quadro que pintamos, e como qualquer quadro, sempre fica algo de fora, sendo também uma tentativa de captar um momento que sempre será simplesmente um momento, mesmo que estejamos falando de um momento histórico; é sempre um momento esperando um sem número de ações possíveis sobre ele.
Sobre portugueses maltratados….
Quando eu condeno o discurso de vítima, repetido e reiterado, até que, um ser humano que o traz sempre junto com ele começa a confundi-lo com parte de sua identidade, justificando mil outras atitudes; eu estou me referindo a essa possibilidade tão humana e tão usada em todas as raças cores e credos. Se eu o rejeito entre brasileiros também vou rejeitá-lo entre portugueses que com esse discurso de serem maltrados por estrangeiros, maltratam.
Por aqui só se fala do grande conflito Israel – Palestina , e pensando nesse discurso de vítima , nós podemos olhar esse conflito como algo distante, ou pensar que, como seres humanos estamos sempre sujeitos a desastres parecidos. Esse é um conflito que tem de um lado os judeus, vítimas históricas incontestáveis …não? Mas o poder que os judeus têm hoje, o medo, o acreditar que têm toda a verdade do seu lado, e pronto; aparecem a partir daí as mil facetas humanas…Entram nessa de achar que acabarão com o ódio à força, porque afinal, estão com a razão. Isso pra nem falar do outro lado.
É muito fácil cometer os mesmos erros assim que começamos a achar que isso seria impossível para nós, porque somos os bonzinhos, e, afinal de contas, as vítimas.
A história da humanidade está repleta disso. Grandes revolucionários se tornando ditadores, grandes sonhos se tornando terríveis injustiças. E a primeira condição para isso, (teoria minha), é simplesmente nos esquecermos do nosso lado terrível. Não, não estou aqui fazendo um discurso religioso, aliás as religiões são um bom exemplo de como essa noção de estar com o bem e a verdade absolutos pode ser um grande desastre.
Eu já fui maltratada por portugueses e tinha a opção de repassar o preconceito e ódio ou fazer um blog como esse. E essa opção não foi para “ser legalzinha”. Foi simplesmente uma opção por mim mesma, pelo melhor de mim. Com esse blog só consegui entender um pouco mais a neurose e me conectar com muitas, muitas, pessoas ótimas. Tudo por uma pequena atitude positiva. Então sempre a recomendo.
Sobre humor.
Diz-se que o grande humorista é aquele que consegue perceber o ridículo da REALIDADE, aquela mesma, sobre a qual falei acima. É claro que nosso humor não comporta falarmos da fome mundial, mas situações mais “leves” como esta outra citada, as humilhações nossas de cada dia, em geral, rendem grandes risadas.
O grande problema é que em relação aos negros não me pareceu ter nada a ver com minha realidade, pareceu mais uma caricatura.
Só pra ilustrar. Minha origem é a classe C, como dizemos aqui. Ninguém da minha família passava fome, mas não muito mais que isso. E dali, de onde eu vim, posso dizer que tive contato com negros ao longo da minha vida mais ou menos educados (em ambos os sentidos, de polidez e acadêmico) que qualquer outro branco com quem eu convivesse, aliás, alguns com condições econômicas melhores que as minhas, na ocasião.
Então pra mim não fez mesmo sentido, e a sensação foi de um estereótipo muito primário, até poderia usar o termo ”antigo”. Eu poderia falar de outros estereótipos que poderiam ser usados aqui, como o sambista, o rapper, mas geralmente não acho muita graça em estereótipos. O vídeo do “politicamente correto”, que substituiu os anteriores, esse sim, achei bem engraçado, e se o conhecesse, é bem capaz que já o tivesse usado por aqui. Então, pra fechar o ponto de vista sobre a sua questão ético-filosófica (usei esse termo só pra lembrar uma discussão do passado…eheheeh) sobre os limites do humor, eu não sei se teria algo mais a dizer… sempre achei que pra mim era uma questão de colocar simplesmente meu ponto de vista como brasileira, não mais que isso. Mas é possivel dizer que a ética pessoal, e não a censura dos outros é o que deve regular a nossa existência, não algo negativo, mas a opção pelo melhor de nós mesmos, e isso cada um de nós sabe o que significa.

Quais são os limites do HUMOR????

janeiro 3, 2009

Não sendo uma pessoa que goste especialmente de protagonismos e sentindo que tenho uma mente sã em corpo (mais ou menos) são, é-me (quase) indiferente o que outros pensem sobre aquilo que digo ou escrevo, muito menos tenho qualquer necessidade de “dar nas vistas”. Por conseguinte a critica fácil que façam a algo que eu diga ou escreva, é-me completamente indiferente. Completamente? não completamente (como nas histórias de Astérix o gaulês) há umas quantas situações, perante as quais fico sem saber como reagir. Mas se disser que “me é indiferente”, também não estou a utilizar a expressão correcta; pois a verdade é que dou atenção e tento analizar o melhor que consigo e posso e respondo, se acho que o devo fazer.

Ora, participando eu neste blog da Vênus Aquario, muito recentemente fiquei sem saber como reagir, quando ela criticou o tipo de humor de dois vídeos que coloquei num post anterior. Numa situação normal, eu não teria dado importância nenhuma ao assunto e nem sequer teria respondido, mas….o blog é dela e sendo o blog dela, tenho eu o direito de fazer algo que lhe desagrade? algo que a faça sentir mal dentro do seu espaço? Acabei por retirar os vídeos apesar dos protestos da Vênus…só que esse também não sou eu, acabei por me violentar! Mas será que devo levar mais a sério os comentários dela do que de qualquer outro participante ou comentador do Blog? Espero que ela responda a isto…quando regressar 🙂 até lá, pelo menos aqui, não vou colocar nada de muito polémico. No entanto, lanço algumas perguntas…quais são os limites do humor? Até onde se pode ir? Será que para não ferir (algumas) susceptibilidades, se deve fazer uma discriminação positiva????

Para mim, sei quais são as respostas adequadas, mas… e os outros participantes e comentadores do blog?

Porque são os portugueses como são…

dezembro 18, 2008

Diz o Kury que os Portugueses são os mais desconfiados e os menos cívicos da Europa; além disso diz que existem os velhos do Restelo, os bota-abaixo para os quais tudo está mal e que impera o chico-espertismo. Não vou contrariar isto, estas são na verdade características bem Portuguesas, mas…tudo tem uma razão de ser e neste caso a razão de ser é muito forte. Antes de continuar vou incluir um texto que poderia ter sido escrito por um desses Portugueses Bota-Abaixo:

“As pessoas moram em gaiolas para coelhos a preços exorbitantes. Já não se pode circular nas ruas. Quando penso no que Roma se tornou, fujo para longe. Os milhões que ganham os promotores. Vindos dos quatro cantos do Mediterrâneo, ei-los que adquirem as melhores casas para delas se apoderarem. Desprezam os nossos gostos e valores; o mau gosto torna-se sinónimo de requinte, o idiota passa por genial, cantores medíocres são vistos como estrelas. Já não há em (nome de Roma mais lugar para um bravo Romano. Na rua os estrangeiros agridem-nos . Depois, ainda por cima são eles que te acusam e levam a tribunal.
Onde estão os ritos antigos? a religião é publicamente vilipendiada. Quem teria ousado, outrora, fazer troça do culto dos deuses? Não nos devemos surpreeender que a desonestidade seja geral. Já ninguém tem palavra porque todos perderam a fé. Mesmo os crentes já não crêem na virtude. Outrora, uma pessoa desonesta era algo incrível. E agora, um tipo verdadeiramente íntegro é visto como um prodígio. Quanto aos jovens, é melhor nem falar. Onde já vai o tempo em que era visto como um sacrilégio um jovem não se levantar diante de um idoso? em resumo, devoção, correcção, rectidão, palavra de honra, respeito, valor, civismo, património cultural, etc; tudo isso desapareceu.”


…Só que não foi escrito por nenhum Portuguguês, foi escrito por Décimus Junius Juvenalis há cerca de 1900 anos. Pode-se perorar que isto são características dos povos do sul da Europa, mas…não é só, trágicamente assiste-se ao colapso da justiça com uma total inversão de valores, onde indivíduos que todos sabemos culpados são ilibados por pormenosres técnicos ou por falta de provas e com a mesma justiça, com uma mão pesada sobre os mais fracos e oprimidos (mas a isto já estamos habituados, só que o 25 de Abril deveria ter revertido este estado de coisas e não o fez…há uma justiça para os ricos e poderosos e depois há outra para os pobres…a título de exemplo é só comparar o processo de pedófilia da Casa Pia que anda em “bolandas” sem atar nem desatar creio que há seis anos e em tribunal há quatro, onde estão envolvidos políticos, um ex-embaixador, apresentadores de televisão e muitas outras pessoas da alta roda…e o processo semelhante ocorrido na mesma altura nos Açores que foi resolvido e julgado em três meses, mas que não tinha nenhuma figura pública; o próprio Procurador Geral da República Portuguesa” disse que julgar o senhor “Farfalha dos Açores” não era o mesmo que julgar o senhor “Carlos Cruz”; eu sei que não é porque já sabia isso, mas gostava que fosse igual, gostava que a justiça realmente tivesse os olhos vendados e a balança de pratos na mão…mas a justiça cá, ficou com a epada, esqueceu a balança de pratos e ainda por cima tirou a venda!
Depois assiste-se a uma classe política e não só…mais propiamente, a uma classe dominante que faz e desfaz a seu bel-prazer; enquanto discutem ordenados mínimos na ordem dos 450€ atribuem-se a eles próprios ordenados milionários da ordem dos milhões de € sem que sejam minimamente controlados…ou pelo menos regulados: a título de exemplo veja-se o seguinte link, pois faz parte dos blogs de um semanário de grande tiragem e o próprio texto tem links para a notícia que lhe deu origem http://sol.sapo.pt/blogs/lucifer88/archive/2008/10/28/Vencimentos-na-EDP_3A00_-Ana-Maria-Fernandes.aspx …a este respeito diga-se ainda que a EDP se prepara para subir a energia eléctrica no consumidor final em 4% não em 7% como estava inicialmente previsto, com a desculpa dos altos preços dos combustíveis…quando estes parecem ter descido a preços de há dois anos atrás e depois de esta companhia ter lucros aproximados de 1500 milhões de Euros neste ano da graça de 2008…..1500 milhões de Euros, um valor que eu nem sei ler e que são obtidos à custa do monopólio da produção e distribuição da energia eléctrica em Portugal.
Bom, o texto vai longo, mas não resisto a dizer que o chico-espertismo não é invenção Portuguesa ainda a passada semana se soube do maior escandalo de vigarice à escala global protagonizado por Bernard Madoff…portanto, quanto muito e a nível dos Portugueses nós podemos é ser uns “chico-parvitos-armados-em-espertos” pois ao pé do Madoff, o que por cá se passa não é nada.
Mas dizer que o dantes é que era bom, não é realmente uma posição completamente honesta, no entanto os mais velhos lembram-se do velho das botas chamado Salazar, esse, a par de manter um país e os seus cidadãos na ignorância e na pobreza, teve a honestidade de não se servir do estado para enriquecer. No entanto é impossível fazer a apologia do Salazarismo pois o dito governante, tendo surgido depois da 1ª República, conseguiu pôr em ordem o que restava dela e de alguma forma, começar a levantar o País, mas, não soube evoluir nem adaptar-se ao seu tempo acabando por ser ultrapassado por esse tempo, tornando-se num dos maiores fracassos de governação…
Podia continuar a lista das causas do descrédito das pessoas em relação ao Estado e às instituições, no entanto o texto vai longo e esprimidinho, esprimidinho, apenas represento um voto nas urnas…o que é manifestamente pouco para mudar o que quer que seja.

Porque são os portugueses como são…

dezembro 18, 2008

Diz o Kury que os Portugueses são os mais desconfiados e os menos cívicos da Europa; além disso diz que existem os velhos do Restelo, os bota-abaixo para os quais tudo está mal e que impera o chico-espertismo. Não vou contrariar isto, estas são na verdade características bem Portuguesas, mas…tudo tem uma razão de ser e neste caso a razão de ser é muito forte. Antes de continuar vou incluir um texto que poderia ter sido escrito por um desses Portugueses Bota-Abaixo:

“As pessoas moram em gaiolas para coelhos a preços exorbitantes. Já não se pode circular nas ruas. Quando penso no que Roma se tornou, fujo para longe. Os milhões que ganham os promotores. Vindos dos quatro cantos do Mediterrâneo, ei-los que adquirem as melhores casas para delas se apoderarem. Desprezam os nossos gostos e valores; o mau gosto torna-se sinónimo de requinte, o idiota passa por genial, cantores medíocres são vistos como estrelas. Já não há em Roma mais lugar para um bravo Romano. Na rua os estrangeiros agridem-nos . Depois, ainda por cima são eles que te acusam e levam a tribunal.
Onde estão os ritos antigos? a religião é publicamente vilipendiada. Quem teria ousado, outrora, fazer troça do culto dos deuses? Não nos devemos surpreeender que a desonestidade seja geral. Já ninguém tem palavra porque todos perderam a fé. Mesmo os crentes já não crêem na virtude. Outrora, uma pessoa desonesta era algo incrível. E agora, um tipo verdadeiramente íntegro é visto como um prodígio. Quanto aos jovens, é melhor nem falar. Onde já vai o tempo em que era visto como um sacrilégio um jovem não se levantar diante de um idoso? em resumo, devoção, correcção, rectidão, palavra de honra, respeito, valor, civismo, património cultural, etc; tudo isso desapareceu.”


…Só que não foi escrito por nenhum Portuguguês, foi escrito por Décimus Junius Juvenalis há cerca de 1900 anos. Pode-se perorar que isto são características dos povos do sul da Europa, mas…não é só, trágicamente assiste-se ao colapso da justiça com uma total inversão de valores, onde indivíduos que todos sabemos culpados são ilibados por pormenosres técnicos ou por falta de provas e com a mesma justiça, com uma mão pesada sobre os mais fracos e oprimidos (mas a isto já estamos habituados, só que o 25 de Abril deveria ter revertido este estado de coisas e não o fez…há uma justiça para os ricos e poderosos e depois há outra para os pobres…a título de exemplo é só comparar o processo de pedófilia da Casa Pia que anda em “bolandas” sem atar nem desatar creio que há seis anos e em tribunal há quatro, onde estão envolvidos políticos, um ex-embaixador, apresentadores de televisão e muitas outras pessoas da alta roda…e o processo semelhante ocorrido na mesma altura nos Açores que foi resolvido e julgado em três meses, mas que não tinha nenhuma figura pública; o próprio Procurador Geral da República Portuguesa” disse que julgar o senhor “Farfalha dos Açores” não era o mesmo que julgar o senhor “Carlos Cruz”; eu sei que não é porque já sabia isso, mas gostava que fosse igual, gostava que a justiça realmente tivesse os olhos vendados e a balança de pratos na mão…mas a justiça cá, ficou com a epada, esqueceu a balança de pratos e ainda por cima tirou a venda!
Depois assiste-se a uma classe política e não só…mais propiamente, a uma classe dominante que faz e desfaz a seu bel-prazer; enquanto discutem ordenados mínimos na ordem dos 450€ atribuem-se a eles próprios ordenados milionários da ordem dos milhões de € sem que sejam minimamente controlados…ou pelo menos regulados: a título de exemplo veja-se o seguinte link, pois faz parte dos blogs de um semanário de grande tiragem e o próprio texto tem links para a notícia que lhe deu origem http://sol.sapo.pt/blogs/lucifer88/archive/2008/10/28/Vencimentos-na-EDP_3A00_-Ana-Maria-Fernandes.aspx …a este respeito diga-se ainda que a EDP se prepara para subir a energia eléctrica no consumidor final em 4% não em 7% como estava inicialmente previsto, com a desculpa dos altos preços dos combustíveis…quando estes parecem ter descido a preços de há dois anos atrás e depois de esta companhia ter lucros aproximados de 1500 milhões de Euros neste ano da graça de 2008…..1500 milhões de Euros, um valor que eu nem sei ler e que são obtidos à custa do monopólio da produção e distribuição da energia eléctrica em Portugal.
Bom, o texto vai longo, mas não resisto a dizer que o chico-espertismo não é invenção Portuguesa ainda a passada semana se soube do maior escandalo de vigarice à escala global protagonizado por Bernard Madoff…portanto, quanto muito e a nível dos Portugueses nós podemos é ser uns “chico-parvitos-armados-em-espertos” pois ao pé do Madoff, o que por cá se passa não é nada.
Mas dizer que o dantes é que era bom, não é realmente uma posição completamente honesta, no entanto os mais velhos lembram-se do velho das botas chamado Salazar, esse, a par de manter um país e os seus cidadãos na ignorância e na pobreza, teve a honestidade de não se servir do estado para enriquecer. No entanto é impossível fazer a apologia do Salazarismo pois o dito governante, tendo surgido depois da 1ª República, conseguiu pôr em ordem o que restava dela e de alguma forma, começar a levantar o País, mas, não soube evoluir nem adaptar-se ao seu tempo acabando por ser ultrapassado por esse tempo, tornando-se num dos maiores fracassos de governação…
Podia continuar a lista das causas do descrédito das pessoas em relação ao Estado e às instituições, no entanto o texto vai longo e esprimidinho, esprimidinho, apenas represento um voto nas urnas…o que é manifestamente pouco para mudar o que quer que seja.

Peço Desculpa….

dezembro 5, 2008
Peço desculpa por vir aqui fazer um post sobre uma música logo a seguir ao post da Vênus Aquario sobre a tragédia do Estado de Santa Catarina; mas cá vai a razão: faz alguns anos sou apreciador da voz e do som impar de Dido (nem sequer sei o verdadeiro nome da senhora, nem a sua nacionalidade pois isso nunca foi o que esteve para mim em causa, foi antes e sempre a sua voz e tipo de música). Ora como seu apreciador, estou inscrito no seu grupo de fans do youtube e como tal recebo mensagens sobre todos os novos videos. Acabei de receber uma mensagem sobre um novo video-clip de Dido, cujo som é lindíssimo e cujo video foi filmado numa das mais belas e tradicionais praias portuguesas onde, a par do turismo, se vive da pesca. O Oceano Atlântico tem dias em que está calmo no entanto tem outros em que é violentíssimo. As mulheres vestidas de preto a contemplar o mar são o sinónimo dos pescadores por lá perdidos. Os homens a remendar ou fazer redes são actividades ainda diárias por aqueles lados…Nazaré onde vou muitas vezes por ser uma excelente praia no verão e ser uma visão bela e ao mesmo tempo aterradora do poder da natureza no inverno, além de que fica bem perto de onde resido.

Mais um

dezembro 2, 2008

desculpem ter demorado a entrar e a escrever neste blog mas é que tive que limpar os pés antes de pisar a passadeira vermelha 🙂
Pelos vistos agora somos dois portugueses “contra” uma brasileira por isso agora a balança esta desequilibrada para este lado do oceano.

Quanto ao ultimo post se será Portugal um pais ingovernável muito provavelmente a resposta será sim, porque independentemente de quem governe ou do regime, devido ao facto de:
1.Português que é português tem que criticar, mesmo que não esteja dentro do assunto desde que tem visto nos media, tem que mandar o seu bitaite, mas o pior mesmo é que este exercício de critica serve apenas para criticar e nunca para apresentar outras alternativas ou soluções quanto mais fazer algo para melhorar as coisas;
2.O português tem sempre tempo. Se é para sexta e estamos na segunda então temos imenso tempo para o fazer por isso vai-s adiando até chegar a sexta e acaba-se por fazer nas ultimas horas de sexta com o prazo a terminar e é tudo feito em “cima do joelho”, ou no caso de ser um documento que se tem de entregar, toda a gente adia até ao ultimo ida e acabam-s por formar filas enormes e consequentemente o português de trás critica o da frente por ter adiado aquilo até ao ultimo dia, este por sua vez critica o outro da frente e assim sucessivamente até chegar a pessoa que está em primeiro porque ai essa esta a criticar quem está atender porque “demora” imenso tempo a atender;
3.Inveja essa coisa feia. O sucesso do outro nunca é por mérito próprio, é sempre porque andou a “roubar” e com esquemas para chegar onde chegou, mas estas duvidas normalmente surgem devido a quantidade de ….
4.chicos-espertos que por aqui habitam, que vai desde o simples operário até aos presidentes de bancos (sim estou a falar do caso BPN);
5.Velhos do Restelo, ou o dantes é que era bom, porque ou agora esta tudo mal ou o que se vai fazer para um futuro próximo vai dar em tragédia. Mas dantes?? Dantes era tudo perfeito mesmo que o dantes fosse a um mês atrás depois de ocorrer uma grande mudança que ia dar numa tragédia;
6.Por fim, e este é estatisticamente verdade, os portugueses são o povo mais desconfiado e os menos civico (mais em http://diario.iol.pt/noticia.html?id=870675&div_id=4071)

Não era bem este tipo de post que estava a espera de fazer para começar, falando das características mais negativas dos portugueses, mas acho que não deixa de ser um bom começo. Agora passo a bola para o outro lado do oceano para saber quais são os defeitos mais comuns do povo brasileiro 😉

postagem de Kury

Será Portugal um país ingovernável?

dezembro 1, 2008
Com seriedade, não sei responder, mas pelo menos começo a pensar que em democracia, pelo menos, este pequeno país está condenado ao fracasso, senão vejamos: O actual governo só não é uma ditadura porque foi eleito, de resto existe na actual maioria a “democracia” do partido único, com o consequente distanciamento da realidade do país, pois os apaniguados da esfera do poder absteem-se de transmitir as realidades ao poder executivo o qual, por sua conveniência, cria a sua própria realidade. Para agravar esse deficite democratico, o partido do governo apoia incondicionalmente as politicas do executivo por mais obtusas que sejam. Poderia ser de outra maneira? Na verdade, as maiorias absolutas têm destas coisas, os partidos que as têm detido absteem-se de confrontar os lideres partidários que têm sido 1ºs ministros. Por outro lado governar neste país sem maioria é impossível pois tome um governo eleito, as medidas que tomar, para a oposição, essas medidas serão sempre reprovadas no parlamento. Neste sentido é interessante ver os jogos de cintura e inflexões de 180º que os partidos vão fazendo e refazendo consoante são governo ou oposição. Ora, muito recentemente a líder do maior partido da oposição, num almoço onde discursou, disse que “…a democracia em Portugal deveria ser suspensa por seis meses…”, gaffe ou, ironia, não o sei dizer, no entanto e apesar de eu pensar que já vivemos na “ditadura do partido maioritário que é incapaz de afrontar o líder”, gostaria de perceber como seria feita essa suspensão da democracia e mais…será que não é essa mesmo a opinião de Manuela Ferreira Leite? mas pior ainda…será que eu próprio não começo a pensar o mesmo? é que ao que parece, já Júlio César dizia que “nos confins da Ibéria vivia um povo que nem se governava nem deixava governar” portanto como é impossível trocar de políticos, pois esses sim são notoriamente rascas, talvez fosse melhor mudar o sistema político ou então contratar-mos “os Comtemporâneos” que, ao que penso, encontraram uma solução para o deficite de oposição ao actual governo, mas que não vai ser dito qual é, pois como ditador que sou, determinei que os “comtemporâneos” fossem censurados. Mas vou parar um pouco censura e este eu prometo…não retiro

Afinal quem descobriu os Açores?

novembro 30, 2008
Na revista “Super Interessante” de Dezembro é abordado um tema que eu já conhecia pela rama. Digo que conhecia porque já este ano, um historiador português (Joaquim Fernandes) escreveu um romance (“O cavaleiro da ilha do Corvo”), segundo o qual, não teriam sido os portugueses o primeiro povo a chegar aos Açores. Antes disto eu nunca tinha ouvido falar de tal assunto, depois do lançamento do livro, também não, até ao final da semana passada quando foi lançada a última edição da revista.
Segundo o autor do livro e agora do artigo, no século XV, quando os portugueses chegaram pela primeira vez à Ilha do Corvo, terão encontrado no cume de um vulcão extinto, uma estátua esculpida numa rocha, que representava um homem a cavalo com o braço direito levantado e o dedo indicador, indicando para Ocidente, portanto para os lados da América. Ainda segundo o autor, a fonte deste assunto, é insuspeita; nem mais nem menos que o Cronista Damião de Góis, de cuja crónica o autor retirou excertos. Ainda segundo ele, a estátua não terá sido o único achado estranho ao tempo da descoberta das ilhas dos Açores; Um pote cerâmico contendo moedas de ouro e prata de origem provavelmente fenícia, mais recentemente, na segunda metade do séc. XX, vários discos ou amuletos também cerâmicos contendo inscritos uma espécie de caracteres cuneiformes datados como “da antiguidade” por datação cientifica, mas aos quais parece ter sido impossível determinar a idade.
Será isto verdade ou será apenas a tentativa promoção do seu livro? Não se sabe, pois provas palpáveis não sobraram nenhumas; a estátua partiu-se e desapareceu ainda no Século XV, as moedas levaram sumiço (ou não fossem moedas) e dos discos não se sabe por onde andam. Enfim, poderia ser necessário reescrever a história da descoberta dos Açores, no entanto isso não menoriza as descobertas portuguesas dos séculos XV e XVI pois a verdade é que o povo de um pequeno país, saiu do seu território natural e criou um império que quase abarcava o mundo. Há várias teorias para que isso tenha acontecido, mas uma das que tem mais prevalência é que aquando da extinção da Ordem Do Templo (Templários) decretada pelo Papa Clemente V, o Rei de Portugal D. Diniz, não acatou essa ordem, Portugal devia aos Templários a criação de um reino além de que os mesmos detinham grandes conhecimentos bem como óptimos meios de locomoção. Assim, perseguidos por toda a Europa, começam a afluir a Portugal um grande número de cavaleiros que hipoteticamente terão sido a pedra de toque de toda a epopeia portuguesa.
No entanto não se pense que a existência da estátua, moedas ruínas ou outros achados antigos, não tenha contestação, basta clicar no seguinte link, para encontrar uma violenta contestação a estas teorias.

http://www.dightonrock.com/aestatuafanstasamdoschinesesnoco.htm

novembro 30, 2008

Uma voz e um piano embalados pelo lirismo português
Ana Luiza canta em primeira mão parcerias de Luis Felipe Gama com Tiago Torres da Silva, do CD que eles lançam em 2009

Lauro Lisboa Garcia
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O poeta e escritor português Tiago Torres da Silva aprofunda-se a cada letra que tem escrito para seus parceiros brasileiros, como Olivia Byington e Zeca Baleiro. Seu grande feito é escrever na linguagem da terra das palmeiras. O mais recente projeto é um álbum de sonetos musicados em parceria com a refinada dupla Luis Felipe Gama e Ana Luiza. Parte da produção do trio será antecipada ao público hoje no show que o pianista/compositor e a cantora fazem no Centro Cultural São Paulo. “Vamos apresentar aquilo que formata bem para piano e voz”, diz a cantora. “No disco, há faixas com formações instrumentais que variam com quarteto, quinteto.” O repertório inclui outras canções de Gama, como Sete de Abril, Testamento (Milton Nascimento/Nelson Ângelo), You Must Believe in Spring (Michel Legrand) e Tristeza (Hnos. Nuñez), do repertório de Mercedes Sosa.

Previsto para sair no início de 2009 (em Portugal antes daqui), o CD conta com participações de Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Alcione, Alaíde Costa, Bibi Ferreira e Dominguinhos, que Tiago há muito admira. Um dos exemplares mais belos, que o público vai ouvir hoje, é Atlântico, cuja letra diz: “Não me falem do português de um lugar / A minha língua fala-se no mar/ E levanta-se em ondas como um cântico/ A minha língua é um barco a vela/ E sou eu que navegando dentro dela/ Escrevendo com sotaque atlântico.”

Outro tema relevante é Alma de Isopor, de letra inspirada em Maria Bethânia e melodia celestial de Gama. “Sou muito rápido para musicar letras. Fiz essa melodia pensando na voz de Bethânia. A princípio, pensamos em colocar no disco só se ela cantasse, mas ficou tão bom que vai sair mesmo se ela não participar”, diz o compositor. A voz cristalina de Ana Luiza torna a canção ainda mais digna destes e outros superlativos. “É um luxo ter a Ana comigo, que dá uma maquiada legal em qualquer coisa que eu faça”, diz Gama. É um harmônico e afinado casamento.

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